quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O Deus que sofre.


No mês de maio desse ano tive a oportunidade de participar pela primeira vez de um encontro de pastores chamado SEPAL. Foi um momento ímpar na minha vida. Recomendo você meu amigo leitor do blog a saber informações e até mesmo a participar desse evento. Enquanto estava lá, ouvia o Espírito soprando uma pergunta ao meu coração: Deus sofre? No principio achei aquela pergunta estranha, meio esquisita, mas ela permaneceu ali por aqueles dias.

Voltei a BH e depois de alguns dias me questionando sobre a pergunta a esqueci. Passaram alguns dias, fiz essa pergunta para algumas pessoas e após uma reunião de pastores, depois de assistirmos uma ministração maravilhosa de Ebenézer Bittencourt resolvi escrever sobre o que penso sobre isso.

Parece uma pergunta meio sem sentido, principalmente quando ela se encontra com uma teologia que vê o sofrimento como algo proveniente do pecado.

Mais a bíblia é categórica a nos dizer que Deus sofre! Jesus sofreu, ele era Deus portanto Deus sofre! Então se todo sofrimento é proveniente do pecado, Deus tem pecado? É claro que não! Sabemos e cremos que Deus é santo. Que a santidade de Deus é sua vida, sua essência, seu meio de preservar a vida, santidade! Em Deus não há pecado!

Mas se Deus sofre e n´Ele não há pecado, então todo sofrimento não é proveniente do pecado, antes do pecado já havia um sofrer, que era o sofrer de Deus. Que tipo de sofrimento então sofre o nosso Deus? E porque Deus sofre?

O sofrimento de Deus é inexprimível e inexplicável! Deus é justo, santo e por sua justiça não pode compactuar com o pecado, mas também é amor, e no amor nos ama, quer a nossa proximidade. Tente imaginar o conflito infinito dentro de Deus. Sendo assim o sofrimento de Deus é por amar!

Deus sofre porque ama! Amor é uma entrega total, amar é muito mais que dar carinho, é dar a vida.

Porque ama, Deus provou dor.

Porque ama, Deus provou sofrimento.

A razão de Deus sofrer é amar demais!

Assim nem todo sofrimento é proveniente do pecado. Há um sofrimento que vem do amor, há um sofrimento que vem por amar.

A razão da mensagem é simples: Quando excluímos o sofrimento do evangelho, estamos nos recusando a sentirmos todos os sentimentos de Deus. Quando vejo um evangelho que só nos propõe o lazer e o bem estar, fico me perguntando se esse evangelho se parece com Deus?

Para terminarmos essa reflexão gostaria de lembrar que a primeira evidência de Paulo a respeito do amor aos Coríntios é que o amor sofre!

I Corintios 13
1 Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o címbalo que retine.
2 E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
3 E ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
4 O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece,
5 não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal;
6 não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade;
7 tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
8 O amor jamais acaba; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
9 porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos;
10 mas, quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado.
11 Quando eu era menino, pensava como menino; mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
12 Porque agora vemos como por espelho, em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente, como também sou plenamente conhecido.
13 Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, o amor, estes três; mas o maior destes é o amor.

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