Provavelmente, assim como eu, você já ouviu esta frase: "se você não fizer, não se dispor, Deus vai levantar outro para fazer no seu lugar". Eu vou dizer a verdade, isso soa forte! Dependendo da leitura, até encontramos base bíblica para isso.
Mas esse não é o Deus que vejo em Jonas. (leia a história de Jonas todinha). Deus tem um propósito: salvar a cidade de Nínive da sua ruína, de seus pecados; para isso, Deus conta com um homem chamado Jonas, que a princípio foge do projeto de Deus. Escolhe o caminho da desobediência. Vai para o lado contrário. E aí, então, o que Deus faz? Escolhe outro cara para ocupar o lugar de Jonas? Não! Surpreenda-se com o Deus que leva Jonas ao mar, cria uma tempestade em alto mar, faz com que Jonas seja engolido por um grande peixe, colocando-o no centro da vontade de Deus para sua vida.
Essa história mostra o Deus descrito na Bíblia; um Deus que ao invés de permitir que o pecado destruísse tudo, perdoou Adão e a humanidade antes da criação em Jesus. O Deus que salvou a humanidade em Noé, antes que esta fosse extinta pela maldade e pela perversidade do seu coração. O Deus que escolhe um homem velho e uma mulher estéril (Gênesis 12) para criar uma nação a fim de Se revelar, através dela, ao mundo, para que o homem distante de Deus não ficasse sem a Sua revelação. O Deus de Abraão, Isaque e Jacó. E porque não dizer o Deus do Vinicius, da Maria, da Camila, do Thiago, do Guilherme, de José… Quantas vezes pensamos em desistir de Deus, e Deus não desistiu de nós?! O Deus que não desistiu do povo de Israel! Que o tirou do Egito, que o levou à Terra Prometida; o Deus que salvou Ló e sua família.
Enquanto muitos preferem fazer a leitura de um Deus exclusivista, que busca a nossa perfeição para executar seu propósito, prefiro enxergar um Deus que está tão determinado em cumprir seu propósito em mim e através de mim que se recusa a me trocar. Pois Ele sabe que pode me transformar enquanto me usa para transformação.
A questão é: quem mais precisa da vocação não são os alcançados, mas os vocacionados. Qual o sentido de Abraão sem a vocação? E Moisés, quem seria Moisés sem aquela sarça?
Deus não pode, Deus não desiste dos necessitados e, por isso, não desistiu de você!
O Deus que não desistiu diante de toda rebeldia de Israel, que sempre foi apenas um
reflexo profético da rebeldia de toda humanidade! O Deus que faz ciúmes! Gente, Deus faz ciúmes em Israel (Rm 11)! Que nos amou, que Se deu, que Se entregou para trazer-nos de volta ao lugar de onde nunca deveríamos ter saído: dos braços do Pai! O Deus que é o Pai do filho pródigo, o Deus que é o pai de todos os pródigos, como eu e você. O Deus do perdão, da graça. O Deus que redime as culturas à Sua essência para estarem eternamente como um memorial diante d´Ele; o Deus que constrói Seu reino com as armas de amor! O Deus que foi atrás de Pedro e, hoje, está atrás das Marias, dos Josés, de mim e de você. O Deus que prometeu que vai voltar!
Definitivamente, não acredito em um Deus que desiste. Mesmo quando nós desistimos de Deus, de nós, Deus não desiste!
Concluindo, penso que a única pessoa que terá tudo para se sentir frustrado ou realizado será Deus! Frustrado por pensar naqueles em que acreditou, mas que não acreditaram Nele. Na eternidade, talvez, o único a sentir tristeza seja Deus, a tristeza por não ver quem queria ver, a tristeza de um Deus que com Seu todo poder escolhe sentir a dor da perda, da tristeza pelos que não creram.
Os sentimentos de realização, por ver se cumprir em nós o fruto do Seu penoso trabalho, de satisfação, de alegria, de frustração, de tristeza, talvez, em Deus, são apenas um.
O que temos é a certeza de que o sentimento que a eternidade trará será o de gratidão! Gratidão por parte de todos aqueles que olharam para Ele, para o Cordeiro, e, lá, ao Seu lado, saberão que estão ali porque o Cordeiro não desistiu de ninguém!
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