quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Um dia de Moisés.


O dia hoje foi muito difícil. Um sentimento de vazio; a péssima sensação de distanciamento de Deus; o sentimento oco de quem não tem nada para falar.
Um dia de Moisés!
O dia em que a sensação de ser herói acabou, o mar que se abriu fechou. O que resta das glórias, das vitórias é a sensação do fracasso por não saber o que dizer; o que resta é um povo cheio de perguntas, pesado as minhas costas diante de um menino que não sabe o que dizer.
Tudo bem, a sensação do não saber o que dizer já aconteceu outras vezes; não diante do povo, diante de Deus. Sim, Aquele que para uns é causa de muitas, inspiração para um novo coro de exaltação e contemplação, para outros é motivo de silêncio; É acentuação do defeito de comunicar, a evidência do silêncio, do não saber o que dizer; Pesado de língua.
Um dia de Moisés!
Hoje é dia do tão somente “Tu sabes” de Pedro (e olhe lá); Na verdade hoje é dia em que nenhum lado fala; Tudo que ouço é o galo a cantar, a evidenciar o silêncio de quem mais uma vez não tem nada a dizer.
“Eu só queria te sentir oh Deus! Queria ouvir sua voz falar dentro de mim”.
Enquanto escrevo essas palavras num desespero de colocar essa sensação horrível para fora, penso em julgamento, nos rótulos que posso levar por esse texto (aquela acusação conhecia dos amigos de Jó, pecado); É o preço que pagamos por quebrar o silêncio e dizer.
A vida cristã é realista, não é apenas construída por imagens e sons, existem sensações e por mais difícil que seja prefiro o Caminho, escolho o Amor!
“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o címbalo que retine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos; mas, quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, pensava como menino; mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos como por espelho, em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente, como também sou plenamente conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, o amor, estes três; mas o maior destes é o amor”. (Paulo, o apóstolo)

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