domingo, 28 de novembro de 2010

O Deus que não desistiu de você.


Provavelmente, assim como eu, você já ouviu esta frase: "se você não fizer, não se dispor, Deus vai levantar outro para fazer no seu lugar". Eu vou dizer a verdade, isso soa forte! Dependendo da leitura, até encontramos base bíblica para isso.

Mas esse não é o Deus que vejo em Jonas. (leia a história de Jonas todinha). Deus tem um propósito: salvar a cidade de Nínive da sua ruína, de seus pecados; para isso, Deus conta com um homem chamado Jonas, que a princípio foge do projeto de Deus. Escolhe o caminho da desobediência. Vai para o lado contrário. E aí, então, o que Deus faz? Escolhe outro cara para ocupar o lugar de Jonas? Não! Surpreenda-se com o Deus que leva Jonas ao mar, cria uma tempestade em alto mar, faz com que Jonas seja engolido por um grande peixe, colocando-o no centro da vontade de Deus para sua vida.

Essa história mostra o Deus descrito na Bíblia; um Deus que ao invés de permitir que o pecado destruísse tudo, perdoou Adão e a humanidade antes da criação em Jesus. O Deus que salvou a humanidade em Noé, antes que esta fosse extinta pela maldade e pela perversidade do seu coração. O Deus que escolhe um homem velho e uma mulher estéril (Gênesis 12) para criar uma nação a fim de Se revelar, através dela, ao mundo, para que o homem distante de Deus não ficasse sem a Sua revelação. O Deus de Abraão, Isaque e Jacó. E porque não dizer o Deus do Vinicius, da Maria, da Camila, do Thiago, do Guilherme, de José… Quantas vezes pensamos em desistir de Deus, e Deus não desistiu de nós?! O Deus que não desistiu do povo de Israel! Que o tirou do Egito, que o levou à Terra Prometida; o Deus que salvou Ló e sua família.

Enquanto muitos preferem fazer a leitura de um Deus exclusivista, que busca a nossa perfeição para executar seu propósito, prefiro enxergar um Deus que está tão determinado em cumprir seu propósito em mim e através de mim que se recusa a me trocar. Pois Ele sabe que pode me transformar enquanto me usa para transformação.

A questão é: quem mais precisa da vocação não são os alcançados, mas os vocacionados. Qual o sentido de Abraão sem a vocação? E Moisés, quem seria Moisés sem aquela sarça?

Deus não pode, Deus não desiste dos necessitados e, por isso, não desistiu de você!

O Deus que não desistiu diante de toda rebeldia de Israel, que sempre foi apenas um

reflexo profético da rebeldia de toda humanidade! O Deus que faz ciúmes! Gente, Deus faz ciúmes em Israel (Rm 11)! Que nos amou, que Se deu, que Se entregou para trazer-nos de volta ao lugar de onde nunca deveríamos ter saído: dos braços do Pai! O Deus que é o Pai do filho pródigo, o Deus que é o pai de todos os pródigos, como eu e você. O Deus do perdão, da graça. O Deus que redime as culturas à Sua essência para estarem eternamente como um memorial diante d´Ele; o Deus que constrói Seu reino com as armas de amor! O Deus que foi atrás de Pedro e, hoje, está atrás das Marias, dos Josés, de mim e de você. O Deus que prometeu que vai voltar!

Definitivamente, não acredito em um Deus que desiste. Mesmo quando nós desistimos de Deus, de nós, Deus não desiste!

Concluindo, penso que a única pessoa que terá tudo para se sentir frustrado ou realizado será Deus! Frustrado por pensar naqueles em que acreditou, mas que não acreditaram Nele. Na eternidade, talvez, o único a sentir tristeza seja Deus, a tristeza por não ver quem queria ver, a tristeza de um Deus que com Seu todo poder escolhe sentir a dor da perda, da tristeza pelos que não creram.

Os sentimentos de realização, por ver se cumprir em nós o fruto do Seu penoso trabalho, de satisfação, de alegria, de frustração, de tristeza, talvez, em Deus, são apenas um.

O que temos é a certeza de que o sentimento que a eternidade trará será o de gratidão! Gratidão por parte de todos aqueles que olharam para Ele, para o Cordeiro, e, lá, ao Seu lado, saberão que estão ali porque o Cordeiro não desistiu de ninguém!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Hipocrisia.


Como eu ainda tenho muito que aprender! E me parece que essa verdade fica ainda mais clara quando estou frente às minhas fraquezas. (fraquezas: áreas que preciso mudar)

Hoje de manhã, mais uma vez, foi aquela rotina: acordar às 7:00, dar aquela enrolada básica para levantar, o famoso mais 5 minutos, trocar de roupa, escovar os dentes e bora pra oração.

No caminho, a causa desse texto apareceu. Subindo a pé para a igreja, deparei-me com um carente, um mendigo. Passei por ele ouvindo minha música… Então, lembrei-me de duas pregações que fiz há pouco tempo, uma em Niterói – em um congresso em que falei do tema Maranata –, a outra em Vila Velha – na Conferência do Espírito Santo –, ambas sobre a responsabilidade que temos como igreja diante do mundo em que vivemos. E por algum momento me vi diante da hipocrisia. Lembrei-me do levita, do sacerdote e do bom samaritano. (Lucas 10: 25-35)

Fui mais uma vez confrontado com as palavras de Jesus. E agora, estou aqui escrevendo esse texto com a cabeça cheia, envergonhado pelo descaso de simplesmente ter passado por uma pessoa e nem sequer dado um bom dia!

“Preciso de mais canções, canções que me façam abrir os olhos ao invés de fechá-los! Preciso de uma música que me desperte do meu sono, da minha dormência, da minha insensibilidade. Uma música que me faça acordar para a realidade”.

Perdoe-me por tanta sinceridade. Com certeza, eu gostaria de ter sempre perfeições para lhes apresentar; mas, hoje, estou muito mais diante das minhas debilidades que qualquer outra coisa!

Nessa manhã, tive um encontro com Jesus. Mas, não foi como um romance, e sim como um tribunal! Vi minha falta de verdade ser condenada pela Sua imensa compaixão.

É sempre um desafio ser cristão; e não dá pra ser diferente!
A proposta de Cristo é levarmos uma cruz!

Paro para orar... “Pai, junto com meus irmãos essa manhã, quero agradecer por esse dia, por poder entrar, falar Contigo. Pai, quero Te pedir nesse dia: tira de nós tudo o que nos impede de sermos como Jesus, as máscaras que fizemos para parecermos algo que ainda não somos, a nudez coberta com as folhas. Muda-nos, Senhor! Já não podemos mais suportar nossa falsidade, nossa hipocrisia! Queremos ser verdadeiros. Tira todo o falso, o falso ruim, aquele que nós julgamos ser ruim, como também o falso bom, o que julgamos ser bom, mas rouba o lugar da verdade do Senhor em nós! Faça isso Pai! Em nome de Jesus”.

Minha oração é um convite à identificação; começo o dia com o Espírito Santo convidando-me ao arrependimento.

Preciso mudar.

Quero concluir esse momento com uma reflexão de Philip Yancey sobre o texto de Atos 5:1-11.

A igreja estava em um momento maravilhoso; o Espírito Santo guiando os irmãos a um momento de generosidade. José, um irmão que era levita, havia vendido um terreno e depositado tudo nos pés dos apóstolos [os levitas eram a tribo que não tinha herança, o próprio Senhor era sua herança]. Ninguém tinha falta de nada. (Atos 4:33-37). No meio desse mover do Espírito Santo, duas pessoas decidiram mentir. Porque eles fizeram isso, apenas suspeitamos, talvez por dinheiro, talvez por reconhecimento. O que sabemos é que sua mentira, sua falta de verdade, sua hipocrisia os levou à morte.


Parece que Deus não sabe lidar com nossa falta de verdade. Na entrada triunfal, Jesus disse: “Esse povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim”.

Deus também disse ao povo de Israel: “Eu não consigo participar dos seus cultos”.

Nossa falta de verdade incomoda a Deus.

Que Deus possa sempre lidar com a nossa verdade, mesmo que essa verdade seja aquela que não queremos demonstrar.

texto escrito dia 11/11/2010.